2 de dez. de 2010
Ó branca e vermelha
Castanho o cabelo
Mas louro por dentro
Azuis olhos verdes
de mar de arvoredo
Ó branca e vermelha
desde os tornozelos
até às alturas
dos ombros da nuca
Nem saia nem manto
Só te quero nua
Os teus e os meus dedos
do mesmo tamanho
correias trocando
mais fortes que tudo
Ó branca no peito
vermelha na boca
Ó branca e vermelha
na rosa do corpo
de rubra incendeias
de branca me assombras
E branca e vermelha
deitada a meu lado
só nua desejas
vibrar no retrato
David Mourão-Ferreira,
Os Ramos. Os Remos, Areal Editores, Porto, 1985
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5 comentários:
Cada cor com sua intensidade...
Loura por dentro, interessante.
Beijos
Meu amigo, obrigada por ter chegado ao meu blogue e se ter
registado.Fiz o mesmo.
Mais uma pessoa que gosta de poesia.
É bom.
Nos iremos encontrando.
Um abraço
Ah, tão lindooo, que flor esplêndida!
Postei um poema no blog Repouso das Letras, venha ver
http://repousodasletras.blogspot.com/2010/12/um-passeio-predileto.html
Bjo bjo, queridohal!!!
Álly
Papoila do meu encantamento, serei sempre papoila, é nela que me vejo...
«Eu nasci no Alentejo,nas margens do Guadiana»
Obrigada pela luz e pela cor que consegui ver neste seu poema.
Beijinhos em dia de chuva...
Sementes de papoila germinam!...
Obrigado, amiguinha Borboleta... folgo muito em saber que se reviu neste belo poema de David Mourão-Ferreira. Claro que a Poesia, quando sai da boca do poeta pertence a todos nós, ao Universo... não é?!...
Beijinhos... e saudades do Guadiana...
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