Chegou de novo o Solstício de Verão. A primeira vez, desde que o Roque veio, com um arsinho quase assustado de acabado de chegar, mas depois sorriu-me com serenidade.
Foi um dia especial. O Roque o conjunto de linho suave debruado a azul turquesa e calçado de pele macia a condizer com tom e motivos da mesma côr, trazido propositadamente de
Marraquexe, e eu o meu shi´lab de seda, próprio para ocasiões muito especiais, perfumamo-nos com jasmim e fomos, de mãos dadas tomar uma chávena do melhor chá do mundo - de menta com hortelã. Instalámo-nos num café simpático mesmo à entrada daquela que será sempre um lugar mágico, a Praça Jemaa el-Fna...
... li-lhe alguns dos meus poemas preferidos e falei-lhe dos canaviais de Aghmâte. De irmos um dia àquele lugar secreto prestar a nossa humilde homenagem a Almutâmide e a Itimâde. Falámos a linguagem dos deuses e entendêmo-nos. Sabendo que o Amor, tal como a Poesia, não é apenas possível e necessário; é urgente, é insubstítuivel, é imprescíndivel!