5 de mai. de 2013

o espírito do "25 de Abri"l numa exposição em Almada que termina hoje






Hoje encerra ao público uma exposição que, sem sombra de dúvida, fruto de um trabalho rigoroso e científico, personifica clara e objectivamente o espírito do "25 de Abril de 1974", pois é evocativa deste momento fundador da democracia portuguesa. Intitulada "Os Cantores de Intervenção e a Revolução", pelo seu rigor e espírito certamente dignifica a memória e o percurso dos 16 cantores e cantautores referidos - nos 12 painéis da Exposição "PREC Cantar a Revolução no Alentejo", solidariamente cedida pelo Município de Montemor-o-Novo e que funciona como um dos módulos desta exposição que ainda hoje, domingo, dia 5 de maio, pode ser visitada  na Oficina de Cultura,  em Almada -  Avª D. Nuno Alvares Pereira, 14 - defronte da Praça S. João Baptista e da estação do Metro homónina, com horário, entre as 14h e as 19h e as 20h e as 22h.
"Os Cantores de Intervenção e a Revolução", cronologicamente vai desde 1958 (poemas do Zeca publicados na Via Latina) a 1983 (espectáculo no Coliseu).


Em traços gerais tem:
 - 2h30m de documentos audiovisuais - 16 momentos musicais, desde um ensaio da gravação da "Trova do Vento que Passa"(1963), diversos actuações no Zip-Zip (1969) assim como no período revolucionário, finalizando com o espectáculo do Zeca no Coliseu em Janeiro de 1983, um excelente documentário exibido no programa televisivo "A nossa canção do protesto/os pontos nos iis" (Mário Figueiredo, RTP Memória, 2009), com a participação de José Jorge Letria,Viriato Teles e nós - que esta a passar simultaneamente noutro local da exposição e onde José Jorge explica, por exemplo, enquanto jornalista que colaborou com os "Capitães da Abril" na preparação do golpe, da escolha e importância da "Grândola" e do Canto de intervenção para a queda da ditadura, e ainda imagens do meu livro Canto de Intervcenção e do Arquivo do Avante!;
 
 - cerca  de 700 documentos em papel,- com registos locais (100 doc. de duas das principais associações do concelhos, a Incrível e a Academia) e nacionais de alguns momentos decisivos - como o lançamento de Cantigas do Maio, de José Afonso, no Outono de 1971 e de diversos perídos (Mundo da Canção, suplementos do Diário de Lisboa ("Mosca, Pop larucho, DL Show), Rádio e Televisão, República e muitos outros;

- 50 discos em vinil do Zeca e de outros cantores/cantautores - moneadamente do período revolucionário mas não só;

- os 12 painéis da Exp. "PREC Cantar a Revolução no Alentejo"  - com biografias breves de 16 cantautores e intérpretes, assim Audioteca exemplificativa dos mesmos

Se bem que só está patente ao público 10 dias - o que parece manifestamente insuficiente - algumas centenas de pessoas já visitaram a exposição e nalguns casos deixaram o seu testemunho emociado.

Nestes tempos em que o defice democrático é uma realidade brutal e em que, cada vez mais e nos mais diversos meios, o espírito do "25 de Abril" e muito, mas muito politicamente incorrecto, 

Amigo, Amiga, 
se se identifica sem vacilações com o espírito de "25 de Abril" venha reviver e viver  este momento único e de luta, de fraternidade, que pode estimular para as urgentes batalhas futuras!

Viva o 25 de Abril

Viva a Liberdade Livre

 https://www.youtube.com/watch?v=gaLWqy4e7ls                                                                                                        
                                                                                     Eduardo M. Raposo