4 de mai. de 2010

Todo o Alentejo deste mundo!... na Ovibeja


Mesmo que seja só de passagem
esta é a brisa que me renova

Ou me dá forças para a passagem
do que no fundo não se renova

            (David Mourão-Ferreira, in Os Ramos  Os Remos)


Ovibeja







Todo o Alentejo deste mundo!





A Ovibeja não deixa ninguém indiferente. A Ovibeja não é um lugar de passagem, nem sequer é um lugar para ir. É um lugar para estar! Seja uma tarde, um dia, uma noite, uma eternidade. Um lugar de namoro, de fraterno convívio… as pessoas quando saiem da Ovibeja irradiam felicidade, como se adivinhassem que naquele lugar deixariam para trás a tristeza, o tédio do vazio dos dias sempre comodamente deprimentes autoflagelativos … e seriam felizes!...

 A Ovibeja é um lugar de estar serenamente para os Alentejanos que… não abdicaram a sua Alma (secreta).






Este ano cheguei a Beja numa noite fria mas… parei breves e imensos minutos para sentir a sua alma, a sua essência de lugar secreto, quando estava à vista da sua Torre de Menagem altaneira – situada bem no centro do mundo, pois todos os caminhos, seja de oeste, de este, de Norte ou de Sul para si se dirigem – e fiquei a cismar nas palavras de Ahmede Arrazí, que percorreu o Garbe no século X e que nos fala assim da cidade da planície:


“Beja é mui boa terra e de boa sementeira e de mui boa creança. E é mui boa terra de colmeias que há aí flores mui boas e mui proveitosa para as abelhas. E a água de Beja é de natura para ser boa de curtimento de coiros. E há em ela muitas e boas ruas e mui anchas.(…)


(in Portugal na Espanha Árabe, António Borges Coelho)

E depois do jantar com o Amigo Zé Orta, quando deambulava ouvi chamar?!... era o amigo Paulo (Barriga) que nos chamava para nos presentear com o seu espaço de uma bela modernidade com o sabor da tradição – o seu novo e inovador projecto Alentejo Blues enquanto saboreávamos o belo vinho dessa marca.







E no dia seguinte deixamo-nos envolver, penetrar com o sabor do azeite e da beleza do montado, ou das aves de longas penas da cor do arco-íris,



das suas gentes ou até os simpáticos camelos que nos convidavam as suaves viagens, a aventura de percorrer o caminho da felicidade, destino que nos está no sangue…




e depois partimos, partida antecipada por pelo menos um dia, devido a um compromisso descontextualizado na” selva de betão”. Partimos entre um misto de tristeza e de serena felicidade… percorrendo o caminho secreto que resgatámos ao destino, com todo o Alentejo na Alma.

3 comentários:

Ezul disse...

Camelos? Até havia camelos?
Que pena não ter ido até aí! Mas o Alentejo continua em todo o lado e dentro da alma, como dizes!
:)

Anônimo disse...

Eu vivi 6anos em Beja.É um regalo para a vista e para a alma uma alentejana da diáspora ser presenteada com tais vivências tão românticas.
Maria Campaniça

Olga Mendes disse...

Nunca fui, mas parece deveras interessante. Tirando o enorme calor ou frio adoro Beja, não fosse eu alentejana e apaixonada pelo meu Baixo Alentejo.