13 de dez. de 2015

O Cante na diáspora - Almada homenageia o Cante




Almada homenageia o Cante
O Cante na diáspora 

O 1.º aniversário do reconhecimento do reconhecimento pela UNESCO do  Cante Património Cultural Imaterial da Humanidade foi assinalado um pouco por todo o Alentejo, entre os dias 27 e 29, com um vasto e diversificado conjunto de acções: desde Serpa – que iniciou o processo da candidatura – Ourique, Odemira, Almodôvar, Mértola, Castro Verde, Cuba ou Beja. Mas, fora do Alentejo, na diáspora, Lisboa – na Casa do Alentejo – Setúbal ou Almada assinalaram a efemeridade com a importância e dignidade que se impunha.
Neste contexto Almada realizou um conjunto de eventos durante todo o dia 28 de Novembro – iniciou às 9 horas da manhã e terminou perto da meia-noite – subordinado ao tema “Almada homenageia o Cante Alentejano” que constaram de um colóquio que durou a amanhã e a tarde, terminado cerca das 19 horas e um espectáculo à noite e que envolveram mais de duzentas pessoas no colóquio e cerca de mil no espectáculo.
A Mesa de Abertura esteve a cargo de:
- Joaquim Judas - Presidente da Câmara Municipal de Almada
- Francisco Teixeira - Presidente da MODA, Associação do Cante Alentejano
- Luis Palma - Presidente da União de Freguesias do Laranjeiro e Feijó
- Carlos Alves - Vice-Presidente da Câmara Municipal de Serpa
- Paulo Nascimento – Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Castro Verde, sendo que Ana Paula Amendoeira, por motivos de saúde não pode estar presente, moderada por Ana Neto, que moderou também o 2º painel.
O 1º painel, «Origens e História do Cante: Uma Perspetiva Antropológica», teve a participação de - Alexandre B. Weffort – Músico/professor (EMCN) com a comunicação “O ‘cante’ alentejano: questionamentos sobre a sua origem” e de José Rodrigues dos Santos – Professor jubilado/investigador CIDEHUS-EU que falou sobre “História recente do Cante: lições a reter”, painel este moderado por Eduardo M. Raposo. 
O 2º painel iniciou com - José Gonçalves - Vice-Presidente da Câmara Municipal de Almada e fundador e antigo dirigente da Alma Alentejana, que com muita emoção nos falou dos “Alentejanos do além Tejo, o seu papel e dinâmica social”, seguindo-se da nossa intervenção apresentando a última edição da Revista Memória Alentejana. Joaquim Afonso - Presidente do Grupo Coral Etnográfico Amigos do Alentejo do Feijó .- a grande referência da Cante  e um pouco por todo o Alentejo, exteriorizando a sua grande experiência de vida com a sua forma peculiar que o caracteriza, sobre “O Cante Alentejano e as suas influências em Almada”.

                               Mesa-Redonda


O período da tarde foi dedicado ao tema: Reconhecimento e Salvaguarda do Cante. Projetos de Futuro.” Também, tal como os outros painéis com excelentes intervenções de:
- Pedro Mestre – Músico / professor
 Com “Cante Alentejano: desafios na Transmissão”
 de
- Jorge Moniz – Músico / professor (UL)
com “A tradição na linguagem musical do Cante”
 e de
- Sónia Moreira Cabeça – Socióloga / CIDEHUS-UE
“Grupos corais femininos: contribuições para a autonomia social e vitalidade do Cante Alentejano”, tendo-se seguido a
Mesa-redonda
Com: - José Francisco Colaço Guerreiro e Francisco Teixeira
- MODA - Associação do Cante Alentejano
-António Verdugo da  Casa do Alentejo (Lisboa)
- Representantes dos Grupos Corais do Concelho (Amigos do Alentejo, Recordar a Mocidade e Cantadeiras de Essência Alentejana) e ainda
- João Monge - Autor
- António Amaral - Academia Ramiro Freitas


 Mesa-Redonda

 














Todos os temas suscitaram acalorando debate e foram pontuados com apontamentos corais pelo grupo feminino “Cantadeiras de Essência Alentejana”.

                               Pormenor da assistência com autarcas, antigos autarcas, oradores e moderadores
 Este painel, moderado por Luís Palma  antecedeu uma  simbólica mas sentida homenagem ao Cante na pessoa de Joaquim Afonso e terminou com uma também excelente intervenção de António Matos - Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Almada – que disponibilizou o apoio do Município para novos projectos sobre o Cante.














                      Homenagem a Joaquim Afonso




                                             
Intervenção de encerramento do Colóquio


Revista Memória Alentejana
o Cante  na diáspora

Nós, enquanto director da Revista Memória Alentejana apresentamos a edição preparada e lançada na ocasião, número especial em que a temática “O Cante na diáspora” tendo-se baseado num levantamento dos 30 grupos corais alentejanos activos existentes na diáspora, a saber: área metropolitana de Lisboa – distritos de Lisboa e Setúbal – mas também no Cartaxo, Algarve – Tunes e Albufeira – Porto – grupo coral do Orfeão Académico – ou Toronto, no Canadá. Esta edição dedicou ainda com mais relevo os grupos corais alentejanos existentes em Almada – “Amigos do Alentejo”, “Recordar a Mocidade” e “Essência Alentejana”, bem como às associações de cariz existentes no concelho – Alma Alentejana – e aos projectos que estão a ser iniciados de ensino do Cante nas escolas dos vários graus de ensino. De notar que em Almada residem cerca de 50 mil naturais e descendentes de alentejanos e só na freguesia mais alentejana – Laranjeiro Feijó – esse numero ascende a mais de 20 mil. De referir entre outros aspectos a capa e capa interior da edição feita propositadamente pelo artista plástico António Galvão – de Moura- falecido recentemente.
A partir das 21 horas, na sala de cinema da Academia Almadense decorreu um belo espectáculo de Cante Alentejano com a participação que esgotou por completo os cerca de 1.000 lugares existente com a participação de :
- Associação Grupo Coral e Etnográfico Amigos do Alentejo do Feijó;
- Grupo Coral Feminino Recordar a Mocidade do CIRL;
- Associação das Cantadeiras de Essência Alentejana;
- Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa;
- Associação de Cante Alentejano Os Ganhões de Castro Verde;
- Grupo Coral Feminino Madrigal de Vila Nova de São Bento.

O som esteve excelente e foi emocionante, no final todos os grupos em palco entoarem em uníssono com as mil vozes da plateia “Alentejo, Alentejo”.
A organização ficou a cargo do Grupo de Trabalho do Cante do Concelho de Almada - que inclui os Grupos Corais - Amigos do Alentejo de Feijó, Essência Alentejana, Recordar a Mocidade, MODA-Associação do Cante Alentejano, CEDA/Revista Memória Alentejana, Alma Alentejana, Academia Ramiro Freitas e João Monge e a União das Freguesias de Laranjeiro e Feijó – em estreita parceria com a Câmara Municipal de Almada que assumiu financiamento e logística deste importante evento.
Este foi seguramente o grande momento, a mais importante das comemorações que, na diáspora, assinalaram o 1º aniversário do Cante Património Cultural Imaterial da Humanidade.

(a partir de crónica homónima publicada na edição de Dezembro do Jornal Folha de Montemor)

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