Almada homenageia o Cante
O Cante na
diáspora
O 1.º aniversário do reconhecimento do reconhecimento
pela UNESCO do Cante Património Cultural Imaterial da
Humanidade foi assinalado um pouco por todo o Alentejo, entre os dias 27 e 29,
com um vasto e diversificado conjunto de acções: desde Serpa – que iniciou o
processo da candidatura – Ourique, Odemira, Almodôvar, Mértola, Castro Verde,
Cuba ou Beja. Mas, fora do Alentejo, na diáspora, Lisboa – na Casa do Alentejo
– Setúbal ou Almada assinalaram a efemeridade com a importância e dignidade que
se impunha.
Neste contexto Almada realizou um conjunto de eventos
durante todo o dia 28 de Novembro – iniciou às 9 horas da manhã e terminou
perto da meia-noite – subordinado ao tema “Almada homenageia o Cante Alentejano” que constaram de um
colóquio que durou a amanhã e a tarde, terminado cerca das 19 horas e um
espectáculo à noite e que envolveram mais de duzentas pessoas no colóquio e
cerca de mil no espectáculo.
A Mesa de
Abertura esteve a cargo de:
- Joaquim
Judas - Presidente da Câmara Municipal de Almada
- Francisco
Teixeira - Presidente da MODA, Associação do Cante Alentejano
- Luis Palma
- Presidente da União de Freguesias do Laranjeiro e Feijó
- Carlos
Alves - Vice-Presidente da Câmara Municipal de Serpa
- Paulo
Nascimento – Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Castro Verde, sendo que
Ana Paula Amendoeira, por motivos de saúde não pode estar presente, moderada
por Ana Neto, que moderou também o 2º painel.
O 1º painel,
«Origens e História do Cante: Uma Perspetiva Antropológica», teve a
participação de - Alexandre B. Weffort – Músico/professor (EMCN) com a
comunicação “O ‘cante’ alentejano: questionamentos sobre a sua origem” e de José Rodrigues dos Santos – Professor jubilado/investigador
CIDEHUS-EU que falou sobre “História recente do Cante: lições a reter”, painel
este moderado por Eduardo M. Raposo.
O 2º painel
iniciou com - José Gonçalves - Vice-Presidente da Câmara Municipal de Almada e
fundador e antigo dirigente da Alma Alentejana, que com muita emoção nos falou
dos “Alentejanos do além Tejo, o seu papel e dinâmica social”, seguindo-se da
nossa intervenção apresentando a última edição da Revista Memória Alentejana. Joaquim Afonso - Presidente do Grupo Coral
Etnográfico Amigos do Alentejo do Feijó .- a grande referência da Cante e um pouco por todo o Alentejo, exteriorizando
a sua grande experiência de vida com a sua forma peculiar que o caracteriza,
sobre “O Cante Alentejano e as suas influências em Almada”.
Mesa-Redonda
O período da tarde foi dedicado ao tema: “Reconhecimento e Salvaguarda do Cante. Projetos de Futuro.” Também, tal como os outros painéis com excelentes intervenções de:
- Pedro Mestre – Músico / professor
Com “Cante Alentejano:
desafios na Transmissão”
de
- Jorge Moniz – Músico / professor (UL)
com “A tradição na linguagem musical do Cante”
e de
- Sónia Moreira Cabeça – Socióloga / CIDEHUS-UE
“Grupos corais femininos: contribuições para a autonomia social e
vitalidade do Cante Alentejano”, tendo-se seguido a
Mesa-redonda
Com: - José Francisco Colaço Guerreiro e Francisco Teixeira
- MODA - Associação do Cante Alentejano
-António Verdugo da Casa do Alentejo
(Lisboa)
- Representantes dos Grupos Corais do Concelho (Amigos do Alentejo, Recordar
a Mocidade e Cantadeiras de Essência Alentejana) e ainda
- João Monge - Autor
- António Amaral - Academia Ramiro Freitas
Mesa-Redonda
Todos os temas suscitaram acalorando debate e foram pontuados com apontamentos corais pelo grupo feminino “Cantadeiras de Essência Alentejana”.
Pormenor da assistência com autarcas, antigos autarcas, oradores e moderadores
Mesa-Redonda
Todos os temas suscitaram acalorando debate e foram pontuados com apontamentos corais pelo grupo feminino “Cantadeiras de Essência Alentejana”.
Pormenor da assistência com autarcas, antigos autarcas, oradores e moderadores
Este painel, moderado por Luís Palma antecedeu uma
simbólica mas sentida homenagem
ao Cante na pessoa de Joaquim Afonso
e terminou com uma também excelente intervenção de António Matos - Vereador da Cultura da Câmara
Municipal de Almada – que disponibilizou o apoio do Município para novos
projectos sobre o Cante.
o Cante na diáspora
Nós,
enquanto director da Revista Memória
Alentejana apresentamos a edição preparada e lançada na ocasião, número especial
em que a temática “O Cante na
diáspora” tendo-se baseado num levantamento dos 30 grupos corais alentejanos
activos existentes na diáspora, a saber: área metropolitana de Lisboa –
distritos de Lisboa e Setúbal – mas também no Cartaxo, Algarve – Tunes e
Albufeira – Porto – grupo coral do Orfeão Académico – ou Toronto, no Canadá.
Esta edição dedicou ainda com mais relevo os grupos corais alentejanos
existentes em Almada – “Amigos do Alentejo”, “Recordar a Mocidade” e “Essência
Alentejana”, bem como às associações de cariz existentes no concelho – Alma
Alentejana – e aos projectos que estão a ser iniciados de ensino do Cante nas escolas dos vários graus de
ensino. De notar que em Almada residem cerca de 50 mil naturais e descendentes
de alentejanos e só na freguesia mais alentejana – Laranjeiro Feijó – esse
numero ascende a mais de 20 mil. De referir entre outros aspectos a capa e capa
interior da edição feita propositadamente pelo artista plástico António Galvão
– de Moura- falecido recentemente.
- Associação Grupo Coral e Etnográfico Amigos do
Alentejo do Feijó;
- Grupo Coral Feminino Recordar a Mocidade do CIRL;
- Associação das Cantadeiras de Essência Alentejana;
- Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa;
- Associação de Cante Alentejano Os Ganhões de
Castro Verde;
- Grupo Coral Feminino Madrigal de Vila Nova de São
Bento.
A organização ficou a cargo do Grupo de Trabalho do Cante do Concelho de Almada - que
inclui os Grupos Corais - Amigos do Alentejo de Feijó, Essência Alentejana,
Recordar a Mocidade, MODA-Associação do Cante Alentejano, CEDA/Revista Memória
Alentejana, Alma Alentejana, Academia Ramiro Freitas e João Monge e a União
das Freguesias de Laranjeiro e Feijó – em estreita parceria com a Câmara Municipal de Almada que assumiu financiamento
e logística deste importante evento.
Este foi seguramente o grande momento, a mais
importante das comemorações que, na diáspora, assinalaram o 1º aniversário do Cante Património Cultural Imaterial da
Humanidade.
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