O José –António Chocolate é um velho Amigo e companheiro destas viagens poéticas – conhecemo-nos há mais de 25 anos, quando ele fundou o GPES – Grupo de Poetas e Escritores de Setúbal, onde provavelmente publicámos os primeiros textos poéticos - à excepção de um ou outros poema em suplementos ou folha de literatura juvenil de inícios de oitenta. Este Alentejano de S. Eulália, Elvas, a par do percurso primeiro como docente e depois como economista onde ascendeu a diversos cargos na administração de empresas públicas, manteve duas características essenciais: uma alma grande e plena de Alentejano, desde o leve mas inequívoco sotaque, a alegria contagiante, o convívio e o saber saborear com todo o tempo do mundo uma boa iguaria e um bom vinho e... a alma poética de cantar o Amor, a Vida, a alegria de viver e de divulgar de mil e uma formas a nossa Poesia - por exemplo, nesta sessão sugeriu que os guardanapos dos cafés e restaurantes, em vez de publicidade, tivessem… um poema.
O José António é um dos poetas que, com muito prazer meu, está incluído na “Nova Antologia de Poetas Alentejanos”- que muito provavelmente chegará anunciando os primeiros cheiros e cores e sabores da Primavera.
O José António que aos 14 anos publicou o um soneto em jornais e é autor dos seguintes livros de poesia: Ninfite-Mal de Poeta (1981), Gente sem Resposta (1983), Mel de Amoras (1986), Metamorfoses do Silêncio (1990), Caminhos do Silêncio (2000), 28 Poetas Sadinos retrato e comentário a poesia de agora (2004), Íntimos Afectos (2006)e do presente Escrito(s) no Ar , tendo igualmente participado numa dezena de livros colectivos de poesia, na autoria de prefácios, apresentações e no júri de Concursos de Poesia e Jogos Florais. .
Do José António Chocolate Contradanças quero partilhar, com quem por aqui passar, três belos e certeiros poemas de como "Cantar o Amor", começando por um dos seus poemas que gosto particularmente:
Só te pedi
um sonho
e tu desdobraste,
em minhas mãos,
a realidade.
Estranha forma
de nos perdermos
para sempre.
Santiago do Cacém, 8 de Março de 2005
(in Íntimos Afectos, Casa da Poesia, 2006)
E deste novo livro:
Ânimo Que Nos Anima
Esta ânsia que
o sol inventa,
mesmo a névoa
rasgando-se
o compasso da preguiça,
tem o olhar incendiado
que atiça,
tem o suco
que nos alimenta.
E tem acima de tudo
o fruto que nos anima
a luz qu’a alma aviva
reluzente.
e no tempo coado
sempre moço
tem um rosto sorrindo
adoçando
um corpo ladino
em alvoraço.
É essa força benfajeza
que em ti brota
em constante novidade,
esse desejo que (nos) deseja
e abre ao nosso amor
a eternidade.
E outro do livro anterior, este já musicado
O Amor Não Se Nega
É difícil admitir
o amor
negando amar
como quem mente
saber sorrir
quase indiferente
ao que de nós
no fulgor
é evidente
É difícil acolher
o amor
amar é sentimento
desmentido
saber ouvir
o pensamento
nessa voz
a que se conhece o calor
a que se sabe o sentido
É difícil reconstruir
o amor
sabendo que amar
se faz de amor
sempre diferente
Porque é difícil
a quem ama
fugir desse amor
quando presente.
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