












em ti arfa um mar
que afaga a praia sob a bruma.
há sopro e expansão
e voo de asas só de espuma.
primeiro, ondulação serena
e logo vagas, vertigem de maré.
todo o teu rosto esplende
és sibila que não sei quem é.
depois murmúrio de palavras roucas
num mistério que nos morde as bocas.
Tenho o castelo defronte, a poucos metros o amigo arqueólogo Jorge Feio coordena uma escavação. São quatro da tarde, o Sol aquece-me o corpo depois de uma manhã em que as nuvens teimavam em tapar o céu, estou num dos lugares mais bonitos do mundo, e… de repente surge, quase cambaleante o velho pintor-filósofo Mário Elias que se senta comigo e… me fala de ópera, de canto lírico, dá exemplos e… eu recordo-lhe como cantou no 3º aniversário do CEDA e na Evocação de Pedro Ferro, na “Cavalariça”, em Entradas, foi a… 18 de Maio, momento que ficou registado na Memória Alentejana assim:
“E com as cordas vocais afinadas pelo poejo verde alguns sócios fizeram a evocação dos cantares do nosso Alentejo. Mas a arte foi de Mário Elias. Que tenor!”.
Um regresso a casa… sentado, fumando, à soleira da porta, esperando!...
Depois de um fim de tarde na Biblioteca de Beja em busca da memória de Al Mouhatamid Ibn Abbad janto com o amigo antropólogo e poeta José Orta, falamos de poesia e de novos projectos e faça-me de novo à estrada…
No dia seguinte visito apiários com o meu amigo Alex Pirata, tenho uma visão e na manhã do outro dia seguinte encontro a Nina, a sua simpática esposa - agora a atravessar um momento difícil – com quem tomo o pequeno-almoço. A Páscoa aproxima-se, e passo a tarde desse dia em companhia do Mestre das plantas, o jovem José Salgueiro, com apenas 89 anos, a identificar plantas nas margens do rio Almansor, ali para os lados da Barragem dos Minutos e … percorro os montes com o sr. Isidro Rebocho, apicultor e proprietário de uma melaria, preparando “o terreno” para um passeio em Maio.