25 de nov. de 2017

Uma imensa salva de palmas para João Ricardo





Conheci o João Ricardo na Barraca - onde ele se iniciara nos palcos em 1990 em O Baile, que o Hélder costa adaptara do musical homónimo de Ettore Scola, ali em Santos no início dos anos 90 em pleno Festival Vicentino - o saudoso Festival Vicentino, que penso, com três edições, com direcção da Maria do Céu Guerra, trouxe o teatro amador e escolar ao CineArte e deu um grande impulso a concelhos da Margem Sul - como Almada e Seixal - para hoje existir a pujança teatral que permite, no caso de Almada ter uma Mostra com 30 companhias e grupos e um dos festivais mais importante do país e da Europa. Também muito desse impulso que leva décadas a ter consequências se deve à Céu Guerra e ao Hélder Costa. Numa dessas edições tive o privilégio que ter sido o João destacado para acompanhar a turma - que entretanto se constituíra em grupo da Escola Secundária da Amora. A peça que levávamos era a Barca do Inferno e resolvêramos usar barcos de borracha, um deles levado por um aluno. Mas ao enche-lo de ar, estupefactos, percebemos que não retinha o ar.... faltavam poucas horas para a representação, era necessário fazer as marcações, o único ensaio que íamos ter num palco a sério - ensaiavamos na sala da Junta de Freguesia da Amora - e perante o nervosismo e alguns ataques de choro de uma ou outra jovem actriz, o João, com o seu riso franco, diz:
- Ó Eduardo, podíamos resolver isso.
- Como?
- É simples: pomos o público a soprar à vez e resolve-se o problema!
Bem dito, bem feito! Ficou uma das alunas que não entrava de início e tinha um papel mais curto, com um pano a limpar, depois de cada sopro. (Se fosse hoje a ASAE interrompia o espectáculo!)
Ficámos amigos para a vida!
Encontrámo-nos poucas vezes, mas era sempre uma festa!
Na Expo' 98, nos copos, depois de uma reportagem para a Revista da Alma Alentejana, outra em Almada fomos beber um café com a minha filha, a Sofia - que o tinha conhecido num wokshop quando se iniciava na vida teatral - mais recentemente na Feira do Livro.
O ano passado, após a operação enviie-lhe um sms: Força, companheiro! muita força, não desistas!

Uma imensa salva de palmas para este grande, grande "animal de palco", João Ricardo, Amigo fraterno e imenso como o seu riso puro e cristalino!

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