II
Dois hemisférios
os teus dois seios
Dois hemisférios
as tuas pálpebras
Dois hemisférios
os teus joelhos
Dois hemisférios
as tuas nádegas
Dois hemisférios
as tuas faces
uma de espuma
outra de mármore
Dois hemisférios
essas metades
que estão no fundo
da tua alma
uma de tudo
outra de nada
Ah vasto império
ingovernável
por tantos mundos
a desdobrar-se
X
A luz que vibre
sob o teu rosto
O mar que oscile
sob os teus ombros
O que me atinge
vem de mais longe
lá dos confins
em que te sonho
Vll
Horizonte
de zeros
nebulosos
todos os rostos
que não são
o teu
Um dia
sem ouvir
a tua voz
é como descobrir
que o mar
morreu
David Mourão-Ferreira
Os Ramos Os Remos, Areal Editores, Porto, 1985
Assinar:
Postar comentários (Atom)
5 comentários:
Não conhecia, mas é realmente fabuloso! Adorei o poema e as fotos.
Abraços, Ava.
________________________________
...bonito! Gostei dos poemas!
Beijos de luz e o meu carinho...
___________________________________
AMEI ESTAR AQUI !
VOLTAREI SEMPRE , AQUI TEM POESIA DA BOA !
ABRAÇOS !
Adorei...os versos e as imagens...pleno em sensibilidade...
Beijinhos...
Valéria
Muito bom!
Há sensibilidade...fundamental
Beijos meu
Fátima
Postar um comentário